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JUDE STÉFAN
( FRANÇA )
Jacques Dufour (1º de julho de 1930 – 11 de novembro de 2020), conhecido pelo pseudônimo Jude Stéfan, foi um poeta e romancista francês.
Stéfan estudou direito e filosofia. Foi professor no Lycée Augustin Fresnel em Bernay onde ensinou Francês, latim e grego. Ao longo de sua carreira, publicou vários romances, ensaios e poemas.
Prêmios
Prêmio Max-Jacob (1985)
Grande Prêmio de Poésia da Cidade de Paris (2000)
Auto uma vastíssima produção de livros de poesia, de romances e de ensaios.
Fonte da biografia e foto: WIKIPEDIA
TEXTES EN FRANÇAIS - TEXTOS EM PORTUGUÊS
INIMIGO RUMOR – revista de poesia. Número 13 –
2º. SEMESTRE 2002. Editores Brasil: Carlito Azevedo, Augusto Massi, Marcos Siscar. Portugal: André Fernando Jorge, Osvaldo Manuel Silvestre, Pedro Serra. Rio de Janeiro: Viveiros de Castro Editora Ex. bibl. de Antonio Miranda
P navire en partance
O un homme à la mer
dans la vie hargneuse
la misère des pauvres gens venus visiter
ports et plages vides
toutes bières bues
aux Ascensionss pourries
radical réfractaire comme l´argile
chez moi parmi les herbes et les
Il pleut
(peigne de la pluie)
sur le Vide d´écrire
le Temps quine s´en va mais reste
résiste à tout oubli
à genoux priant
l´organe genital féminin vu de face
PUIS LE VENT reste insignificante
le sang ne circule plus
dans pleurants et gisants
les verres les âtres et les jardins
son loins d´
octobre jaune
: une femme qui quitterrait tout vêtement
crucifié un moustique sur la page
les fleurs vont égayer les tombes
à contre-mort
comme si tombé dans le ciel
où les pies nous agacent les dents
Judas le roux le faux
elle l´habille de bleu
vers l´hiver
(do livro Èpodes)
p. de circonstance
à l´heure bleue
la femme des bois quitte
sa cellule de dégrisement
l´orgueilleuse la généreuse Ida
sur son mont Paris jugea et les
dieux observent la bataille
ni Lupino ni Rubinstein
aux noms rejaillis des glossaires
dites au moins une frase vraie:
le chêne rit
au cruel avril
ni enterre ni brûlé
mais exposé aux vautours du Mal
enfin non-né,
um oeuf brisé
p de poétique
le vieux renne va morir au
cimitière des noms propes
oú la douleur ne connait ni
jour ni nuit
un cerveau plissé
la volonté de l´eau
à rester pâmé devant tes hanches
Donneuse de sang as-
sise au fond du car,
Poésie avec poèms
poèms sans poésie
(Do livro Génitifs)__
Traduções: Paula Glenadl
ORGUEIL EM TÊTE de n´être que
soi-même — ma robe d´or mon paon sur
main juché. La Luxure aux seins de plus
belle provacants foudroyants. La Hargne
que fustige les hommes de vertu
faussé — les supertitieux de cieux
les héros en bêtise le moraux
par inanité. L´Oisivité enchan-
tée de n´être pour rien née aux fesses
inscrites: Horreur du travails. Le Rire
vengeur sur son fringant cheval hongre.
(Des cinq vertus.)
(do livro Libères)
A TOI PARQUE je me livre
a toi la parque dernière de jouer avec
osselets et dents miennes
Lachésis était vierge comme l´aube, Atropos
sera juste, et Clotho tranquillement fila l´ennui
que le vert alors m´apaise
le vert des herbes et des feuillages et des ombres
que le suicide me comble, mais non, seulement
être plus calme, plus seul, e mieux mort
et nous les os
crions a vous qu´encore nous assemblons
à vous les charnels nous survivrons
grâce à nous béatement qui posez
sous um puissant groupe de hêtres
avant de vous casser fémur ou tíbia
dont notre commun crâne sourira
soupesé par un jeune philosophe
(do livro À la vielle Parque)
TEXTOS EM PORTUGUÊS
Traduções: MARCOS SISCAR
P navio de partida
O um homem ao mar
na vida odienta
a miséria dos pobres que vieram visitar
portos e praias vazias
enxugadas as cervejas
nas Ascensões apodrecidas
radical refratário como a argila
em casa entre as ervas e os
Chove
(pente da chuva)
sobre o Vazio de escrever
o Tempo que não parte mas fica
resiste a todo esquecimento
de joelhos suplicando
o órgão genital feminino visto de face
DEPOIS O VENTO continua insignificante
o sangue já não circula
em plangentes e jacentes
os vidros as lareiras e os jardins
estão longe d´ou-
tubro amarelo
: uma mulher que tirasse toda a roupa
crucificado um mosquito sobre a página
as flores vão alegrar os túmulos
a contramorte
como se caído no céu
onde as gralhas irritam nossos dentes
Judas o ruço o falso
ela o ventre de azul
para o inverno
p. de circunstância
na hora azul
a mulher dos bosques deixa
sua câmara de desilusão
e orgulhosa a generosa Ida
em seu monte Páris julgou e os
deuses observam a batalha
nem Lupino nem Rubinstein
de nomes saídos dos glossários
digam ao menos uma frase verdadeira:
o carvalho ri
ao cruel abril
nem enterrado nem cremado
mas exposto aos abutres do Mal
enfim não-nascido,
um ovo quebrado
p de poética
a velha rena vai morrer no
cemitério dos nomes próprios
onde a dor não conhece nem
dia nem noite
um cérebro enrugado
desmaiando frente a teus quadris
Doadora de sangue as-
sentada no fundo do ônibus,
Poesia com poemas
poemas sem poesia
ORGULHO À FRONTE de não ser diverso de
si mesmo — meu manto de ouro meu pavão em
mão empoleirado. A Luxúria com seios ainda
mais provocantes fulminantes. A Ira
que flagela os homens de virtude
falsa — os supersticiosos dos astros
os heróis da estupidez os de moral
por inanidade. A Preguiça encanta-
da de ter nascido por nada de bunda
marcada: Horror do trabalho. O Riso
vingador em teu turbulento corcel castrado.
(Cinco virtudes)
A VOCÊ PARCA me entrego
você a parca derradeira brincará com
ossículos e dentes meus
Láquesis era virgem como a alba, Átropos
será justa, e Cloto tranquila desfiou o tédio
que o verde então me aplaque
o verde da grama e das plantas se das sombras
que o suicídio me preencha, não, somente
estar mais calmo, mais só, e mais morto
e nós os ossos
gritamos a vocês que por ora agregamos
a vocês carnais nós sobreviveremos
graças a nós beatamente repousam
sob um cerrado grupo de faias
antes de quebrarem fêmur ou tíbia
de que nosso comum crânio sorrirá
erguido por um jovem pensador
*
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Página publicada em dezembro de 2023
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